Uma festa paralembrar a história e os grandes feitos de Juscelino Kubitschek, o homem quesonhou Brasília. Assim foram as celebrações em torno dos 110 anos de nascimentodo presidente, num evento ocorrido na manhã desta quarta-feira (12/9), noMemorial JK. O encontro, realizado pelo Arquivo Público do Distrito Federal (ArPDF),em parceria com a Casa Civil do Distrito Federal e espaço que é o símbolo damemória do líder mineiro, em Brasília, contou com a presença do governadorAgnelo Queiroz e marcou uma série de ações. Uma delas foi a reedição daprimeira edição da mítica Revista Brasília, o primeiro documento impresso sobrea nova capital, lançado em janeiro de 1957.
“São três milexemplares que serão distribuídos nas escolas públicas e particulares do DF,além dos órgãos do GDF”, disse o superintendente do ArPDF, Gustavo Chauvet.“Com essa iniciativa o ArPDF afirma o compromisso de não deixar esquecer ahistória de Brasília e reconciliar essa história com as novas geração”,destacou Chauvet, que anunciou o interesse de firmar novas parcerias parareeditar as outras revistas.
Um dos primeirosjornalistas de Brasília e profissional responsável pela produção da revista,Nonato Silva foi o grande homenageado no evento. Para o pioneiro, a RevistaBrasília nasceu da necessidade de se mostrar o que estava acontecendo nocoração do Brasil. “Apresentei a ideia da revista ao Israel Pinheiro(presidente da Novacap, responsável pelas obras na cidade) porque atransferência da capital para o Planalto Central era comentado todos os dias, acada momento”, recordou Silva. “’Execute-a, a missão é sua’”, me disse Israel.
Um acordo decooperação técnica para a gestão do acervo e restauração das películas doMemorial JK, pelo ArPDF, foi assinado entre os representantes das duasinstituições. “Brasília foi a única utopia possível, é sempre importantecelebrar o nascimento de seu grande criador”, festejou Anna ChristinaKubitschek, neta de JK. Herdeira da memória do avô, Anna Christina aproveitou aoportunidade para fazer o lançamento oficial do novo site do espaço, segundoela, mais moderno e dinâmico. “Estamos nos preparando para o futuro, para osgrandes eventos esportivos que acontecerão em breve. Não é à toa que JK sempreteve fama de pé quente”, brincou, arrancando risada geral.
Iniciativa
Na sua fala, o governador do Distrito Federal elogiou a “brilhante iniciativa”de reeditar a Revista Brasília e destacou a coragem, a bravura e determinaçãode JK na construção da nova capital do país. “Muitos foram os detratores dessaideia, eles passaram e JK até hoje é lembrado”, lembrou Agnelo Queiroz. “Temosa responsabilidade de cuidar da nossa cidade, da cidade que ele criou”,enfatizou.
Antes do eventooficial, o público teve a oportunidade de participar, no auditório do MemorialJK, de mesa redonda sobre vários temas relacionados à Brasília e JuscelinoKubitschek, entre eles os “120 anos da Comissão Cruls”. Chefe do Núcleo deDocumentação Cartográfica e Iconográfica, do ArPDF, o historiador Elias Manoel,um dos palestrantes do encontro, destacou a importância e necessidade de sefazer das expedições lideradas por Luiz Cruls um tema popular. “A missão Crulsé um tema bastante obscuro para grande parte da população”, lamentou oacadêmico, reforçando a tese de que ainda há muitos documentos sobre a históriade Brasília espalhados pelo país. “Temos que mexer nesses documentos”,defendeu.
Ex-assessor deJuscelino Kubitschek e atual presidente do Instituto Histórico e Geográfico doDistrito Federal, o coronel Affonso Heliodoro surpreendeu os convidados comhistórias de quem teve a intimidade de ser amigo pessoal do ex-presidente.“Brasília não nasceu por acaso, tinha um grande planejamento por trás de tudo.JK foi o único presidente da história do Brasil que governou o país complanejamento”, contou.